O Google AI Mode chegou para transformar a busca como conhecemos. Descubra o que muda para o SEO, os desafios e as oportunidades dessa nova era — e como se adaptar para continuar relevante.
Se você achava que o Google já estava avançado com o AI Overviews, prepare-se: o AI Mode chegou para elevar a experiência de busca a um novo patamar.
Essa funcionalidade, que expande o que já vinha sendo testado na Search Generative Experience (SGE), tem um impacto profundo no jeito como os usuários interagem com os resultados e, claro, na forma como fazemos SEO.
Afinal, o jogo mudou: agora, o Google não quer apenas apresentar links relevantes, mas sim fornecer respostas completas e altamente contextuais antes mesmo do clique.
Para os profissionais de SEO, isso significa uma transformação radical na estratégia de ranqueamento e visibilidade orgânica.
Mas calma, nem tudo está perdido. Entender o AI Mode e suas nuances é o primeiro passo para adaptar sua estratégia e garantir que seu conteúdo continue relevante nessa nova era da busca orientada por IA.
Neste artigo, vamos explorar o que é o Google AI Mode, como ele se diferencia do AI Overview e, principalmente, como você pode se preparar para esse novo cenário de buscas em suas estratégias de SEO.
O que é o Google AI Mode?
O Google AI Mode é uma evolução do AI Overviews, trazendo um modo de pesquisa totalmente baseado em inteligência artificial.
Em vez de apenas gerar resumos sobre determinados temas, como já acontecia com os AI Overviews, essa nova funcionalidade permite que os usuários ativem um modo avançado de buscas geradas por IA, oferecendo respostas ainda mais detalhadas e aprofundadas.
AI Mode funcionando no desktop – Referência: The Keyword (blog do Google)
A tabela abaixo ajuda a entender as diferenças que existem atualmente entre as duas funcionalidades:
Característica | AI Overview | AI Mode |
Tipo de resposta | Resumo rápido e objetivo | Explicações detalhadas e aprofundadas |
Interatividade | Estático | Respostas geradas dinamicamente com base em contexto adicional |
Integração com SERPs | Aparece de forma limitada | Respostas podem substituir parte dos resultados |
Impacto no SEO | Redução do CTR, mas ainda leva tráfego para sites | Pode diminuir ainda mais a necessidade do clique |
Ou seja, enquanto o AI Overviews funciona como um “snippet avançado”, o AI Mode transforma o Google em um verdadeiro assistente digital, respondendo perguntas de forma muito mais sofisticada.
A novidade foi anunciada no blog “The Keyword”, do Google, em 05 de março de 2025. Ele já está disponível para testes, mas, por enquanto, o acesso é limitado. A novidade foi lançada dentro do Google Labs, permitindo que apenas assinantes do Google One AI Premium nos Estados Unidos experimentem o recurso em primeira mão.
Segundo o Google, os usuários podem ativar o AI Mode das seguintes formas:
- Pelo site do Google: ao inserir uma consulta e selecionar a aba “AI Mode” logo abaixo da barra de pesquisa.
- Por um link direto: acessando https://google.com/aimode.
- No aplicativo do Google: tocando no ícone do AI Mode, que aparece na tela inicial da busca.
As imagens a seguir, extraídas de um conteúdo do 9to5 Google, mostram como será a interface:


Esse lançamento restrito faz parte da estratégia do Google para coletar feedback inicial antes de uma implementação mais ampla.
Ainda não há uma data oficial para a liberação global, mas especialistas do mercado apostam que essa funcionalidade deve chegar a outros mercados ao longo de 2025, à medida que os modelos de IA forem refinados e a aceitação do público for analisada.
Dentro do conteúdo do blog do Google, inclusive, existe um documento que explica com muitos detalhes o AI Mode e o AI Overviews – se quiser, pode acessar por aqui, mas vou trazer minhas percepções e reflexões sobre os impactos disso no SEO aqui neste post.
O que muda para o usuário com o AI Mode?
Para quem busca informações no Google, o AI Mode representa uma experiência muito mais intuitiva e rápida.
Em vez de precisar navegar por diversos sites para encontrar a resposta desejada, o usuário pode simplesmente perguntar algo e receber uma explicação detalhada e personalizada instantaneamente.
Por trás do AI Mode, há um motor poderoso: o Gemini 2.0. Essa é a mais recente evolução dos modelos de IA do Google, permitindo que o AI Mode ofereça respostas mais ricas, personalizadas e contextuais.
O Gemini 2.0 aprimora a capacidade de compreensão das buscas e refina como o Google organiza informações para gerar respostas mais completas e a presença do Gemini 2.0 também significa que os publishers e profissionais de SEO precisam se adaptar a um novo modelo de otimização.
A IA do Google agora consegue interpretar intenções com mais precisão, reforçando a necessidade de criar conteúdos estruturados, originais e bem direcionados para serem aproveitados dentro das respostas da IA.
Menos cliques, mais respostas diretas
O modelo tradicional das SERPs já vinha sendo desafiado pela IA generativa. Agora, com o AI Mode, as buscas informacionais correm um risco ainda maior de se tornarem “buscas zero clicks”.
O Google responde à consulta sem que o usuário precise sair da plataforma, diminuindo a necessidade de acessar os sites originais.
Um grande exemplo disso é como as respostas são super personalizadas, específicas e pensadas (se é que podemos dizer que uma AI “pensa”) para atender muito bem às intenções de busca. Veja só, com imagens também extraídas do 9to5 Google:
Isso significa que estratégias de SEO precisam se adaptar, deixando de focar apenas no ranqueamento tradicional e considerando como aparecer nas respostas geradas pela IA.
O papel do Generative Engine Optimisation (GEO)
Para garantir que seu conteúdo seja utilizado pelo Google na geração dessas respostas, entra em cena o Generative Engine Optimisation (GEO).
O objetivo do GEO é fazer com que as informações do seu site sejam compreendidas, processadas e utilizadas pelas IAs generativas, garantindo que sua marca seja citada mesmo sem depender de um clique.
Ou seja, não basta mais estar no topo das SERPs — agora, é preciso estar dentro da resposta da IA.
Information Gain Score (IGS): destaque para conteúdo original
Com o AI Mode, o Google valoriza conteúdos que realmente agregam novas informações às respostas. O Information Gain Score (IGS) se torna um fator ainda mais importante, priorizando materiais que tragam algo novo ao invés de apenas repetir o que já existe.
Isso reforça a necessidade de criar conteúdos profundos, com insights únicos e dados originais, para serem selecionados e destacados pela IA – é o conceito de 10x Content.
Barry Schwartz disse, em um texto publicado no Search Engine Land, que o Google disse a ele que assim como no AI Overviews, o AI Mode destaca links relevantes para ajudar as pessoas a encontrarem conteúdos que ainda não encontraram.
Isso até fará com que, às vezes, os resultados trazidos no AI Mode difiram do AI Overviews. Como é possível interagir com diferentes comandos, as respostas (e seus links) podem se tornar cada vez mais contextuais.
Ainda de acordo com Schwartz, os modelos de treinamentos conseguem determinar quando e como linkar e apresentar informações para serem as mais úteis e acionáveis possíveis. Por exemplo, se a jornada estiver relacionada a um roteiro de viagem, podem aparecer links para agendar o voo e o hotel.
Atualizações nas diretrizes de meta tags para robôs
Além de lançar o AI Mode, o Google também ajustou suas diretrizes para meta tags de robôs, oferecendo aos sites um maior controle sobre como seus conteúdos são utilizados nas respostas da IA.
Agora, os administradores de sites podem usar meta tags específicas para decidir se permitem ou não que seu conteúdo seja processado pelo AI Mode.
Ou seja, se um site quiser impedir que sua informação seja usada na geração das respostas da IA, ele pode fazer isso diretamente no código-fonte.
Essas mudanças geram um debate importante: será que as empresas devem bloquear a IA do Google ou tentar se adaptar para garantir visibilidade dentro do novo formato de busca?
A resposta pode estar na estratégia da marca. Em vez de simplesmente negar acesso, o ideal é otimizar os conteúdos para serem citados e referenciados no AI Mode, trazendo não só visibilidade como também credibilidade dentro do novo modelo de busca baseado em inteligência artificial.
Search Experience Optimisation (SXO): a experiência do usuário como diferencial
O Search Experience Optimisation (SXO) também ganha relevância, pois a IA do Google está cada vez mais focada na experiência do usuário como fator de ranqueamento. Conteúdos que entregam respostas claras, rápidas e bem estruturadas terão maior probabilidade de serem utilizados nas respostas da IA.
Na prática, o que fazer para potencializar o SEO para o Google AI Mode?
O Google AI Mode vem para mudar definitivamente o comportamento de busca dos usuários e os SEOs devem ficar ligados nisso e entender como se tornar uma referência para aparecer em tais resultados.
Para continuar relevante, sua marca precisa estar onde as respostas estão sendo geradas, ou seja, trabalhar a presença online nunca foi tão importante.
Abaixo, separei algumas das principais estratégias para essa adaptação:
Construa conteúdos com autoridade e especificidade
Se o Google está focando em respostas mais completas e confiáveis, significa que o caminho para ser referenciado dentro do AI Mode é se tornar uma fonte de informação incontestável.
- Topical Authority: nunca foi tão importante construir autoridade de tópico e tornar a marca uma entidade reconhecida pelo Knowledge Graph to Google.
- Aprofunde seus conteúdos: o Google está usando o Information Gain Score (IGS) para identificar conteúdos que realmente agregam algo novo. Então, nada de “mais do mesmo”. Traga dados originais, insights e uma visão única sobre o tema.
- Use especialistas como fonte: quando um artigo cita pesquisas, estatísticas e entrevistas com especialistas, ele tem mais chances de ser referenciado nas respostas geradas por IA.
- Atualize regularmente: conteúdos antigos e desatualizados dificilmente serão usados pelo Google AI Mode. Mantenha seu conteúdo atual e relevante.
Em suma, estratégias de Topical Authority ganham ainda mais importância em projetos de SEO.
Adapte suas estratégias para GEO e LLMO
Agora que o tráfego orgânico tradicional está em risco, a prioridade deve ser garantir que seu conteúdo seja processado e utilizado nas respostas geradas por IA.
Duas estratégias indispensáveis entram em cena: GEO e LLMO.
GEO (Generative Engine Optimisation)
- Crie conteúdos altamente informativos, otimizados para que os motores de IA os reconheçam como referência.
- Foque na estrutura e clareza das informações para facilitar a absorção pelo Google.
- Utilize dados estruturados (schema markup) para “ensinar” a IA sobre os elementos principais do seu conteúdo.
- Trabalhe e presença online da marca
LLMO (Large Language Model Optimisation)
- Trabalhe com respostas otimizadas para assistentes virtuais e IA generativa.
- Estruture seu conteúdo para ser consumido diretamente pelos modelos de linguagem avançados.
- Evite enrolação e vá direto ao ponto, pois as IAs tendem a selecionar apenas trechos mais relevantes.
- Construa a reputação e autoridade da marca potencializando sua presença online
Expanda sua presença digital para além do Google
Se os cliques nos resultados tradicionais das SERPs estão caindo, não dá para depender só do Google. A solução? Fortalecer outras fontes de tráfego.
- SEO para YouTube e redes sociais: o Organic Search Optimisation (OSO) já nos mostrou que as buscas não acontecem somente no Google. Plataformas como YouTube, TikTok, Instagram e LinkedIn são essenciais para capturar tráfego orgânico.
- E-mail marketing e comunidades: crie listas de e-mail e comunidades próprias para que sua audiência não dependa de algoritmos de terceiros.
- Conteúdos multimídia: materiais como podcasts, webinars e newsletters criam conexões mais profundas e reduzem a dependência do Google.
Ajuste KPIs e outros indicadores para a nova realidade
Com a mudança no comportamento da busca, as métricas tradicionais de SEO precisam ser recalibradas.
- Não foque apenas em CTR, mas também em engajamento: se os cliques nas SERPs diminuírem, o foco deve ser a retenção e conversão dos visitantes que chegam até seu site.
- Acompanhamento de mentions e brand search: estar nas respostas do AI Mode significa que sua marca pode ser mencionada sem gerar um clique imediato. Acompanhar quantas vezes sua empresa é citada se torna essencial.
- Monitoramento de tráfego de IA: novas ferramentas devem surgir para analisar quais trechos do seu conteúdo estão sendo usados pelas IAs — e isso pode virar um diferencial competitivo.
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As buscas mudaram. E as suas estratégias?
O Google AI Mode não é só mais uma atualização de algoritmo.
É uma transformação profunda na forma como os usuários consomem informações. Os profissionais de SEO que não se adaptarem a esse novo cenário arriscam desaparecer.
O modelo antigo, baseado apenas em cliques orgânicos, está cada vez mais enfraquecido. Agora, a presença digital vai além das SERPs e depende de fatores como autoridade, estruturação de dados e adaptação para IA generativa.
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