Quem trabalha na área de SEO precisa se atualizar constantemente com as novidades e evoluções da área. Nosso trabalho consiste em construir pontes de comunicação entre os clientes e o público, por meio dos motores de busca. Com tanta complexidade envolvida, foi refrescante conseguir vários insights no SEOntheBeach, evento no sul da Espanha que contou com grandes nomes da área em um clima de aprendizado e diversão na praia.
Se, por um lado, precisamos acompanhar as mudanças do Google, de outro, temos que entender as variações comportamentais e sociais que possam impactar as diferentes formas de fazer com que sejamos encontrados pelas pessoas certas. Separamos alguns tópicos que podem ajudar a trabalhar em ambas as vertentes. Confira!
O evento acontece anualmente durante o verão em LaManga, pequena cidade no sul da Espanha.
A estrutura e organização vão muito além de um congresso tradicional: assistimos grandes nomes da área de Marketing e SEO palestrarem entre jogos, descontração e um open bar de qualidade!
Também participamos de jogos na praia no primeiro dia, ao estilo de Round 6 (fui eliminada nos primeiros 5 minutos).
E isso não é tudo: os dois dias começam com um café da manhã incrível e terminaram cada um com um momento especial. Na sexta, presenciamos um rap improvisado de Michael King logo antes de uma grande festa comandada pela DJ Lily Ray.
Já no sábado, o encerramento se deu ao som de várias músicas durante a silent party: festa silenciosa em que cada pessoa ouve a música que quiser em fones de ouvido headsets fornecidos pela organização. Curtimos com pessoas dançando ao som de rock, música pop espanhola e outros estilos — ao mesmo tempo!
O ar de descontração e diversão fez com que fosse ainda melhor poder aprender e me atualizar sobre algo que respiramos todos os dias aqui na Hedgehog: SEO!
Ah, para quem não acredita que realmente dê para encontrar profissionais incríveis nesse clima de descontração, fica aí a prova:
Continue lendo para conferir os principais pontos!
Sempre que há algum update novo no algoritmo do Google, as redes sociais da área fervem. Vemos muitas pessoas preocupadas com o update, realizando análises extensas e até mesmo atribuindo toda e qualquer queda de visibilidade e tráfego à atualização.
Juan Gonzáles Villa, consultor de SEO especialista em E-Commerce, nos trouxe 30 minutos de conteúdo desmistificando parte desses updates, mostrando fatos e hipóteses interessantes, principalmente em relação aos mais recentes — de 2021 e 2022.
Resumir 30 minutos em um texto não é fácil, então veja os principais insights aos quais se atentar:
No quesito das Core Web Vitals, é mais importante entender os objetivos do Google com a atualização do que segui-la “ao pé da letra”. O update veio para destacar as páginas que oferecem boa experiência ao usuário. As métricas são usadas para nos ajudar a entender o que precisamos melhorar:
Core Updates não são penalizações: em geral, eles focam em conteúdo com melhor qualidade e performance. Novamente, fica clara a tendência do buscador em favorecer o usuário. Assim, sites que já focam na experiência e qualidade voltados para as pessoas saem na frente.
As atualizações constantes são apenas uma forma de manter o buscador alinhado com as mudanças e evoluções no comportamento das pessoas ao utilizar a internet.
Uma queda de visibilidade ou outras métricas relacionadas ao resultado não são necessariamente associadas a uma atualização: é comum SEOs automaticamente fazerem mudanças radicais acreditando que um core update os impactou, sem analisar corretamente os dados e a relação de causalidade com o update.
Não é surpresa para ninguém que sites com spam, muitos links tóxicos ou excessivamente construídos para manipular o PageRank corriam o risco de punição, não é?
Parece algo repetitivo, já que a batalha do Google contra más práticas de links acontece intensamente desde o Penguin. No entanto, a verdade é que sempre que novos algoritmos são criados, há quem descubra modos de driblá-los, tornando necessária essa constante atualização.
Ao contrário do que muitos afirmam, links afiliados não são considerados spam, mas há a recomendação de que usemos a tag ‘nofollow’ neles.
Novamente, foquemos na intenção por trás da atualização: com tantas avaliações de produtos rodando na internet, a ideia é fortalecer aquelas que forneçam real utilidade ao usuário. Apesar de o update não se estender para páginas que não sejam em inglês, considerando todo o histórico de atualizações, já é algo a que se atentar para o futuro!
Muito se fala do uso da inteligência artificial na área de conteúdo. Há quem defenda que ela substituirá o trabalho de quem escreve textos e quem diga que conteúdos gerados por IA são rasos e engessados.
Craig Campbell trouxe sua própria abordagem e experiência para o tópico:
Michael King ousou com a apresentação questionando tudo o que sabemos sobre SEO para e-commerce. A ideia geral é que, para criar uma hipótese do que fazer, é importante partir das melhores práticas já definidas. Em alguns casos, isso significa questioná-las e até mesmo desafiá-las.
Quando falamos em títulos SEO (aqueles que aparecem na SERP), duas boas práticas conhecidas são:
Testes indicaram que essas regras são, na verdade, definidas pela própria comunidade de SEO. Títulos que não as sigam podem, sim, performar bem. O importante e essencial é sempre realizar testes.
Nesse sentido, o palestrante apresentou um estudo que indicou que, ao realizar testes para ver se títulos com o preço do produto atraiam mais cliques, o que eles verificaram foi uma redução de 15% de acessos, indicando que o título sem o preço traria mais resultados.
A verdade é que o título deve ser original, sucinto, direto e adequado ao seu público: os detalhes devem ser definidos em testes.
Ainda na linha da palestra, se sabemos que o Google pode reescrever o título, podemos inserir mais palavras-chave interessantes ao final e deixar que ele escolha qual usar.
Suponha que você esteja com uma oferta para 5 maletas de maquiagem de Frozen e o título definido seja “Maletas de Maquiagem Frozen: 5 Ofertas”. A sugestão seria acrescentar termos como “Elsa, Olaf, Anna” ao final. Se alguém buscar especificamente por isso, as chances de o buscador mudar o título para “Maletas de Maquiagem Elsa: 5 Ofertas” ficariam maiores.
Vai contra a melhor prática de reduzir os títulos? Sim, e provavelmente esse final sequer apareceria na SERP. No entanto, o título definido por você para aparecer já atende a finalidade, e o conteúdo “extra” comunica outras palavras-chave potenciais ao buscador.
Como encontrar tais palavras-chave? Analisando o próprio Google Search Console.
Como tudo no SEO, isso não é uma regra de sucesso, e é sempre importante testar. No caso de Mike King, ele apresentou gráficos indicando melhoria considerável no CTR usando tais estratégias que contrariam as melhores práticas, mantendo a abordagem white hat (afinal, não comprometem a experiência do usuário e não são evasivas, apenas ajudam a informar os tópicos ao buscador).
O que tudo isso quer dizer? Que a melhor prática é testar. Se seus resultados estão ruins, implemente testes questionando as melhores práticas, busque atender ao objetivo delas de outras formas.
Parece básico? Não é de hoje que defendemos que “o básico é avançado” por aqui!
Em conexão com o tema, tivemos também a oportunidade de ouvir Nacho Benavides falando sobre algumas estratégias. Veja alguns insights mais práticos:
E-commerces devem focar em estruturar os dados de acordo com o que as pessoas querem. Não basta focar no motor de busca, os resultados dependem de um foco no que realmente importa para o potencial comprador: material, formato, usabilidade, cor, ou outros aspectos relevantes para o produto.
Atenção: não focar no motor de busca não significa ignorá-lo, mas atuar de forma que a otimização garanta a qualidade para o usuário.
Já adiantamos que o termo “entidades” vai aparecer bastante no decorrer do conteúdo. Para simplificar, vamos partir do conceito de ‘entidades’ como ‘coisas’, ok? Para os e-commerces, elas possuem uma força interessante na otimização de imagens.
Ao escolher as imagens, busque as que estão aparecendo na SERP e use o Google Lens para entender no que o buscador foca naquela imagem. Conseguimos identificar entidades para as quais otimizar.
Otimize para o usuário, mas faça de forma que o buscador entenda do que se trata.
Se me pedissem para escolher um item da lista de insights do SEOnthebeach como destaque, certamente escolheria entidades e SEO semântico.
Dawn Anderson abordou de forma extensa a complexidade e importância de entender as conexões semânticas entre os termos, intenções de buscas e entidades. Em paralelo, Lily Ray levantou dicas voltadas para E.A.T., que facilmente se conectam com os conceitos apresentados anteriormente. Por isso, optamos por reunir os insights sob um mesmo guarda-chuva.
Já adiantamos que a complexidade do tema exige e merece um conteúdo próprio, mas tentamos sintetizar os pontos principais. Para isso, inicialmente vamos alinhar alguns conceitos e fatos apresentados:
Conectando várias abordagens já levantadas, é possível definir que o foco da SERP será no resultado com a abordagem mais rica e conexões semânticas naturais em relação ao termo da busca. O objetivo é que haja uma compreensão completa ligada ao assunto e seus tópicos relacionados — maiores e menores.
Essa conexão pode ser feita criando uma espécie de “central dos hubs de conteúdos”, uma área navegacional reunindo todos os pilares de um mesmo tema.
Um exemplo prático disso é a forma como atuamos nos conteúdos de um cliente no setor de viagens: contamos com guias de viagem para vários destinos. Os guias, por sua vez, depois se fragmentam em conteúdos menores específicos sobre o respectivo destino, com dicas de onde comer, o que fazer, e outras que possam agregar valor aos viajantes.
Só que apenas fortalecer o guia em si não é suficiente, então temos uma página navegacional que reúne todos os guias, colocando-os sob o mesmo guarda-chuva (daí o nome “umbrella approach” utilizado pela palestrante.
Mas como definir os tópicos a abordar e entender a intenção de buscas? Cuidado, aqui, para não depender exclusivamente das ferramentas de SEO, que devem ser vistas como aliadas, mas sem eliminar a análise e compreensão humana.
Essas ferramentas muitas vezes categorizam errado um termo porque a mesma busca pode esconder diferentes intenções, principalmente quando falamos das mais genéricas.
Além disso, essas intenções podem mudar no decorrer do tempo. Por exemplo, se um país estiver enfrentando alguma guerra, a busca por ele pode ser para entender o cenário político-econômico, enquanto em tempos de paz a intenção provavelmente seria turística.
É provável que a SERP apresente os resultados em ordem decrescente de probabilidade da intenção. Ou seja: ao analisar a página de resultados na totalidade, conseguimos entender quais as possíveis intenções de busca para as quais otimizar.
Na prática, e de forma resumida:
Por fim, o que relações semânticas e entidades têm a ver com E.A.T?
E.A.T (expertise, authoritativeness and trustworthiness) consiste nos critérios de qualidade do Google para avaliar a autoridade do conteúdo, do site e do autor. Vale destacar que eles se estendem ao Youtube.
O Google já consegue compreender de forma ampla o conceito de topical authority, entendendo a amplitude dos tópicos que um domínio cobre, tanto pela análise direta das palavras-chave, quanto via um aprofundamento semântico.
Além disso, o E.A.T. incide com maior intensidade em crises: guerras, eleições, pandemias e outras crises que afetam a população fazem com que o algoritmo seja mais seletivo na hora de entregar resultados para buscas, reduzindo a incidência de outros fatores de ranqueamento.
Em todos os casos, a fonte original de uma notícia ou conteúdo é priorizada em relação a textos similares que indiquem a fonte, então cuidado ao fazer resenhas de artigos: a originalidade é importante, mesmo fazendo referência ao texto original.
Atribuir um autor é fundamental, e não adianta criar uma pessoa fictícia: não é só a descrição do autor que você adiciona ao seu site que conta. Ele interpreta a pessoa como uma entidade, analisando quem ela é, o que faz e muito mais em um banco de dados mais amplo.
Especialistas e autores devem ser vistos como entidades: uma pessoa, lugar ou coisa que o Google compreende. Então, se você for um autor especializado em assuntos médicos, o buscador te enxerga como uma entidade, uma pessoa (autor) especializada em uma coisa (assuntos médicos). Na prática:
Veja como a descrição do autor do Felipe Bazon é avaliada pela versão beta de dois mecanismos de linguagem natural (Natural Language):
O que tiramos daqui? Felipe Bazon é expert em SEO, algo que ficou claro na construção semântica do texto tanto para o leitor quanto para bots.
Com isso devidamente definido, o próximo passo é garantir que o autor amplie seu posicionamento de forma diversificada em temas que uma autoridade em SEO deveria abordar. Isso não se restringe a guias e blog posts, e pode ser feito via redes sociais, notícias, canais no Youtube, entre outras mídias.
Mas isso não é tudo! O autor é apenas uma vertente do E.A.T, e o algoritmo também considera qual página é a mais aprofundada e qual publicação tem mais autoridade.
Continuemos no exemplo do Bazon: se um artigo for publicado por ele em um site de uma imobiliária, falando sobre SEO imobiliário, e o artigo com o mesmo tema for publicado no blog da Hedgehog Digital, qual teria mais autoridade?
Afinal, ambos são feitos pelo mesmo expert, então passamos a analisar qual página e site tem mais expertise no assunto como um todo: no caso de SEO, naturalmente o site da HHD teria melhor posicionamento do que o da imobiliária.
Na prática, ao criar uma página e descrição de autor, entenda o expert como uma entidade e procure preencher o texto com todos os atributos essenciais sobre ela: especialização, localização, atuação, vinculações, etc.
Se não souber o que abordar, você pode usar uma API ou site de Natural Language Extraction e ver quais são as entidades e atributos em destaque dos seus concorrentes mais fortes.
Por fim, além de ajudar na autoridade e nos resultados, focar em E.A.T. também permite ficar à frente de todo core update, cuja abordagem é, na verdade, uma forma de enfatizar a autoridade.
O update de product reviews, lançado em 2022, é um exemplo perfeito disso, porque agora o buscador foca em pessoas que realmente se importam e demonstram interesse e experiência com os produtos que avaliam.
Gary Illyes fechou o último dia com uma sessão de Q&A que podemos traduzir em pequenas conclusões sobre o tema sobre crawlability:
Trazer percepções do SEOnthebeach significou tentar resumir mais de 12 horas de conteúdo em apenas um texto. Certamente apresentaremos versões aprofundadas de cada conceito levantado aqui, explicando como aplicamos aqui na Hedgehog!
Vale destacar que esses insights foram obtidos das palestras. Grandes profissionais da área, como Craig Campbell, Aleyda Solis, Lily Ray, Ross Tavendale e outras pessoas incríveis conversaram conosco e compartilharam experiências e percepções da área que, por si só, valeriam outro conteúdo completo a respeito!
Se quiser continuar se aprofundando nas tendências da área e vendo o que houve nos principais eventos do ano, confira o texto sobre 10 insights do que aprendemos no BrightonSEO 2022!
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Vetores da imagem de capa: sunrise, man in the computer, conference — all by storyset – freepik
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Conteúdo gosto de ler, muito bem escrito e perfeito para entender tantas questões do mundo do SEO. Parabéns pelo Texto Re
Renata é um exemplo de profissional, dedicada, competente e trouxe esse conteúdo tão rico para nós! Adorei saber mais sobre as atualizações de SEO.
Muito bacana e insightful! Parabéns!!