Executivo de produtos de Google Search, Robby Stein, concede entrevista e aborda como a big tech enxerga o futuro das buscas e as modalidades que podem se destacar
O vice-presidente de produto de Google Search, Robby Stein, concedeu uma entrevista para Lenny Rachitsky. O assunto não poderia ser outro: IAs e o impacto para o próprio Google.
A conversa ainda teve assuntos como a evolução do SEO, AEO e o futuro das buscas como um todo.
Google não vê as IAs como uma ameaça
Robby Stein mencionou que as IAs como ChatGPT e Perplexy não são vistas como ameaças. Segundo Stein, o volume de buscas permanece estável e acrescenta que o motivo é que o Google recebe buscas diversas e amplas.
A fim de comprovar esse fator de pesquisa ampla, Stein usou como exemplo o crescimento do Google Lens, ferramenta que existe desde de 2017 e possibilita a busca diretamente usando imagens ao invés de texto.
Para o executivo, o crescimento de 70% em buscas pelo Google Lens por ano é um argumento sólido para demonstrar que as IAs não estão limitando as buscas no Google, e sim, ampliando os modos de pesquisar.
O futuro da busca em três modalidades
Ao ser questionado sobre o futuro das buscas, Robby Stein indicou três modalidades que entende como primordial: IA Overview, multimodalidade e Modo IA.
A IA Overview é a primeira, pois segundo Stein é algo que tem ajudado muitas pessoas a suprir rapidamente suas dúvidas. A ferramenta tem crescido muito e está cada vez mais reconhecida pelos usuários.
O segundo pilar, voltado à multimodalidade, destaca o avanço das buscas visuais e do Google Lens. Essa camada visual vem transformando a maneira como os usuários pesquisam, utilizando a câmera do celular para identificar, descobrir ou comprar produtos, e seu crescimento ocorre em ritmo acelerado.
Por fim, o Modo IA foi o terceiro pilar citado pelo executivo e o que recebeu uma resposta extensa. Segundo Stein, o modo integra tudo que o Google pode oferecer e cria uma experiência de ponta a ponta.
O Modo IA, segundo o executivo, integra todas as experiências anteriores em um local de conversação. Com um vasto conjunto de dados, por exemplo, 50 bilhões de produtos no Google Shopping e 250 milhões de locais no Google Maps, o público pode fazer inúmeras perguntas amplas e terão uma resposta personalizada.
Tudo isso é possível pelo motor poderoso do Modo IA: o Gemini 2.0. Essa é a mais recente evolução dos modelos de IA do Google, permitindo que o AI Mode ofereça respostas mais ricas, personalizadas e contextuais.
Integração das IAs com o experiência do Google
O executivo deixa claro na entrevista que o objetivo do Google é a aproximação de todos os pilares para beneficiar quem está buscando.
A intenção é que cada vez menos o usuário precise pensar onde pesquisar e ter a IA quando for necessário.
De acordo com Stein, o Modo IA já é responsável por alimentar parte das respostas exibidas nas AI Overviews.
Na prática, isso permite que o usuário insira perguntas mais complexas, compostas por várias sentenças, diretamente na busca e receba uma resposta inicial gerada pela inteligência artificial.
A partir desse ponto, é possível aprofundar a conversa dentro do próprio Modo IA.
Um exemplo citado é a própria busca por imagens, pois ao fotografar uma planta ou um par de sapatos, por exemplo, o sistema utiliza IA para gerar um resumo instantâneo e oferece a opção de seguir interagindo, de forma totalmente integrada.
Sobre SEO, AEO E GEO
Para explicar sobre o assunto de montagem de respostas das IAs, algo que é muito relevante para quem quer aparecer nessas buscas, Stein menciona sobre o termo “query fanout”.
Basicamente os Bots de IA pesquisam as informações utilizando o Google como ferramenta. Essas buscas são realizadas dezenas de vezes simultaneamente com a finalidade de compor a melhor resposta possível.
Como recomendação, Stein mencionou que seguir as diretrizes dos avaliadores do Google já realizadas nos princípios do SEO, é o mais recomendado. O executivo menciona sobre:
- Apresentar citações e fontes em conteúdos
- Considerar de forma clara a intenção de busca
- Não trabalhar com repetições excessivas, e sim, originais
- Focar na credibilidade e autoridade
A conclusão é que para quem já cria conteúdo com qualidade, sempre estará mais próximo de aparecer nas respostas das IAs.
Com a IA solucionando dúvidas consideradas básicas, os usuários possuem a tendência a pesquisar questões mais elaboradas, com foco em tutoriais complexos, passo a passo e tomadas de decisões.
Contudo, para Stein, é uma grande oportunidade para profissionais de conteúdo. Dentro dos escopos, devem pensar em como produzir materiais que ajudem nessas situações.
Expectativa para próximo ano
Por fim, o executivo compreende que o próximo ano será essencial para identificar como as pessoas irão se comportar com os produtos de IA.
Aparentemente, a noção de oferecer a melhor versão possível do Google juntamente com o Modo IA, é o que impulsiona e motiva a área interna do executivo nessa nova fase.
Pelas falas do Stein, principalmente focadas no ano que vem, é possível compreender que o Google utilizou 2025 como um teste para muitas possibilidades.
A entrevista traz clareza e impõe que o SEO tradicional se mantém como principal pilar.
Além disso, reacende a questão que o melhor tempo para fazer SEO foi ontem, já que as empresas que investiram em SEO antes mesmo das IAs, estão colhendo os frutos.
“Acima de tudo, deixa claro que o Google ainda tem um longo caminho para aprimorar os resultados do AI MODE e dos AI Overviews, principalmente no que tange às referências e às possibilidades de cliques nesse tipo de resultado. Ao meu ver, o problema do Google é técnico e, por isso, está limitando o clique, me explico:
“O Google sempre prezou pela rapidez em retornar resultados ‘relevantes’. Com essas novas tecnologias, ele ainda não conseguiu encontrar uma forma de compilar as informações e gerar uma possibilidade de recomendação mais evidente, no caso, link. Por isso, vemos apenas um pequeno ícone ao lado das respostas ou uma pequena lista de recomendações à direita.
“Uma vez que o Google encontre uma maneira de entregar os resultados de IA com mais velocidade, devemos ver os links em evidência novamente.” – Felipe Bazon, C.S.O da Hedgehog Digital
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