No final de 2022, o sistema de processamento de linguagem via Inteligência Artificial, chamado de ChatGPT, agitou as redes sociais de profissionais da área de Marketing e agências de SEO. De teorias sobre o fim do Google a notícias sobre um alerta vermelho disparado na própria gigante de buscas, poucas semanas foram suficientes para gerar um alvoroço.
O “fim do Google” é uma profecia constante nas redes sociais, e ressurge sempre que algo novo toma a frente na internet.
Ela apareceu em meados de 2020 quando surgiram boatos de que a Apple estaria lançando um motor de buscas, e depois no início de 2022 com os dados de que o TikTok estaria superando as demais plataformas em volume de pesquisas feitas.
Se a empresa integrante do Grupo Alphabet nos mostrou algo nesses últimos anos (além de milhões de resultados de pesquisas), foi sua capacidade de adaptação rápida e eficiente aos comportamentos humanos. Dificilmente isso mudará, então não há por que falarmos no fim do buscador.
Mas a capacidade do ChatGPT de fornecer respostas rápidas e completas pode, sim, exigir mudanças na forma como Google e demais motores de buscas funcionam: a IA torna desnecessária a navegação por várias páginas em busca de uma resposta ao trazê-la com uma simples pergunta.
Fizemos uma análise do seu funcionamento e trouxemos nossa visão sobre como ela pode ser utilizada por profissionais da área de SEO. Continue conosco.
Nas palavras da própria ferramenta, ela é “um assistente de inteligência artificial criado para ajudar a responder perguntas e fornecer informação sobre vários tópicos.”
O programa foi treinado para compreender perguntas e gerar respostas em linguagem humana. Assim, é capaz de se comunicar com as pessoas e fornecer assistência de um modo similar à ajuda prestada por outro ser humano.
A ferramenta traz exemplos para as resoluções de perguntas, deixando-as extremamente didáticas e fáceis de compreender. Para testar, perguntamos “como criar uma fórmula de soma no Google Sheets” e, também, “como compor uma música”.
Veja como vieram as duas respostas:
No primeiro caso, além de fornecer a resposta, a ferramenta trouxe um exemplo de aplicação da fórmula. No segundo, que envolvia uma pergunta cuja resposta não é tão prática, ela trouxe uma explicação completa e fundamentada.
Isso não é tudo: a ferramenta pode criar códigos conforme nossa orientação. Pedimos que ela criasse um “código de um menu dropdown de categorias de um e-commerce”.
Testamos o código e, claramente, funcionou.
Poderíamos criar um conteúdo infinito sobre as possibilidades de uso da IA, mas focaremos na usabilidade para facilitar a vida de um profissional de SEO. Lembrando, sempre, que a ferramenta deve ser usada para ajudar e não substituir o seu trabalho.
Testamos a aplicabilidade da IA no SEO pensando em pilares e frentes essenciais para uma estratégia completa: auditoria e planejamento estratégico, SEO técnico, conteúdo, link building, UX e análise de dados. São os mesmos que apresentamos, direta e indiretamente, no nosso Guia de SEO para E-Commerce.
Nem todas trouxeram boa usabilidade: a ferramenta tem limitação na data (a última atualização foi antes de 2021) e no fato de que não obtém informações em tempo real: seu processo de aprendizado depende das fontes fornecidas pelos programadores.
É possível puxar ideias de temas e palavras-chave. Obviamente, a IA não substitui as ferramentas de pesquisas de palavras-chave que trazem dados relevantes referentes aos comportamentos das buscas, mas pode ajudar principalmente com clientes que já contam com um portfólio grande de conteúdos, ou em casos de nichos muito específicos.
Se você está na área de Marketing, certamente lida com a complexidade de criar bons conteúdos para uma persona.
Quando passamos muito tempo focando em um só nicho e público, é normal precisar diversificar as origens de informações e ideias. Se as fontes tradicionais não estiverem ajudando, por que não tentar usar o ChatGPT?
Ele gera tópicos direcionados ao público que o usuário definir.
É possível segmentar as palavras-chave conforme a intenção de buscas. Você pode seguir uma linha com as palavras previamente sugeridas ou, ainda, pedir algo totalmente novo.
Primeiro, continuamos no exemplo de “tópicos para professores de física”.
Obviamente é necessário um double-check dessa separação, mas ela pode ajudar quando você quer filtrar um volume significativo de palavras-chave. Também podemos pedir a listagem de keywords para uma intenção de buscas específica.
A ferramenta permite organizar um conjunto de tópicos em clusters, especificando, caso solicitado, qual é o mais abrangente e pode entrar como pilar. Aqui, novamente, é importante a análise humana para verificar a aplicabilidade das sugestões, mas essa ajuda pode ser muito útil quando lidamos com centenas de tópicos.
Vamos manter no exemplo dos professores de física: na mesma conversa, pedimos que a IA criasse topic clusters com os 30 tópicos que ela mesma sugeriu.
Assim como nos outros casos, testamos mais de uma usabilidade. Não só pedimos que ela organizasse os tópicos que sugeriu, mas também apresentamos uma lista de tópicos previamente selecionada em outra ferramenta.
Nesse caso, pedimos que fosse especificado qual conteúdo seria o pilar e quais seriam os respectivos satélites.
Se você tem um volume grande de URLs e precisa combiná-las em clusters menores, pode utilizar a ferramenta. É só pedir que ela organize as urls e enviar quais devem ser organizadas.
E, para quem está iniciando ou quer fazer um brainstorming de ideias, é possível pedir sugestões de conteúdos sequenciais para uma série ou hub.
Até agora, mostramos funções interessantes, mas que podem ser facilmente cumpridas por ferramentas como SEMRush e Ahrefs, mesmo que com alguns cliques e procedimentos a mais. A IA, no entanto, tem uma compreensão conversacional que ajuda a selecionar tópicos e ideias para diferentes fases de um projeto e para públicos distintos.
Por exemplo, conseguimos segmentar ideias de conteúdo para um blog focado em um público iniciante, e outro focado em público com conhecimentos mais avançados.
Entramos em um campo polêmico: o uso da IA para criar briefings de conteúdos. A ferramenta gera um outline explicativo para a palavra-chave que solicitarmos, separando a sugestão em intertítulos e explicando o que cada um deveria abordar.
Sabemos que SEO não é mais sobre palavras-chave: há uma complexidade maior nos algoritmos que exige qualidade nos conteúdos e nas páginas e, mais recentemente, destaca a expertise humana. Em termos práticos, conteúdos com riqueza semântica são fundamentais.
Usamos o ChatGPT para sugerir palavras-chave secundárias e LSI (latent semantic index) relevantes para o tópico. Fazemos uma análise final das sugestões para filtrar apenas o que, de fato, é relevante, mas com certeza facilita o brainstorming.
Para equipes que contam com designer interno e querem ideias conceituais de imagens para conteúdos, a IA pode ser uma boa aliada. Ela sugere os elementos componentes da imagem conforme os detalhes fornecidos na sua requisição.
A título de curiosidade, testamos essa descrição no gerador de imagens da OpenAi (Dall-E). O resultado foi, no mínimo, interessante:
Contamos com um time impecável de Digital PR que está sempre a frente das novidades e tendências para criar excelentes campanhas de link building.
Além da capacidade de comunicação, inteligência de negócio e jogo de cintura para manter boas relações públicas para os clientes, eles também cuidam de releases e campanhas relevantes para diferentes segmentos.
Como a IA pode ajudar? Com ideias de pesquisas jornalísticas focadas em públicos predeterminados.
Uma das maiores dificuldades na hora de realizar pesquisas é a de remover os vieses nas perguntas. Elas devem ser neutras e não podem direcionar as pessoas a nenhum tipo de respostas — algo mais complexo do que pode parecer.
Algoritmos são neutros no que se refere a opiniões e julgamentos. Por isso, e com a capacidade analítica adquirida das fontes de dados, são excelentes ferramentas para ajudar a criar pesquisas rápidas.
Para aqueles que atuam em diversos idiomas, a IA pode ser utilizada para a tradução de palavras-chave ou, ainda, para a geração de keywords em múltiplos idiomas.
Mas ela não para por aí: também é possível pedir ajuda para adaptar conteúdos e termos a dialetos e linguagens específicas de regiões de um país — algo especialmente útil para locais com prevalência de muitas culturas, como o caso do Brasil.
É possível enviar um texto ou partes dele e pedir um determinado número de sugestões de títulos.
Para quem busca um tom de voz já predefinido, também há a possibilidade de especificar isso para a IA, que consegue gerar os textos com determinados sentimentos predominantes.
Podemos enviar um trecho ou um texto e pedir que a IA gere a meta descrição.
Muitas empresas trabalham com CTAs padronizadas, normalmente convidando a conferir uma loja, produto ou serviço. Depois de certo número de conteúdos, fica difícil evitar que a chamada não se repita.
O ChatGPT gera versões parafraseadas da mesma oração.
A ferramenta permite criar dados estruturados diversos a partir de prompts fornecidos. Testamos a criação de Job Postings ao fornecer uma descrição longa de uma vaga (a IA precisou separar as informações e, ao mesmo tempo, gerar o Markup) e, também, a criação de um FAQ. Funcionou nos dois casos:
A ferramenta é datada e não recebeu atualizações de informações em 2022. Além disso, não temos conhecimento ou controle sobre suas fontes, então deve ser utilizada com cautela na hora de extrair dados de pesquisas.
Com isso em mente, conseguimos pedir informações e solicitar que a IA indique a fonte. Dessa forma, é possível fazer um double check das respostas.
A ferramenta não tem acesso a sites externos, então não conseguimos utilizá-la para análises de URLs. No entanto, ela é perfeitamente capaz de fornecer estruturas gerais de códigos, como o de um sitemap.
Ela consegue fornecer exemplos de estruturas básicas de robots.txt, inclusive explicando como preenchê-la e o que cada linha faz.
Sabemos que SEO não é só sobre otimizar para um mecanismo de busca. SEO para Youtube, SEO para imagens, SEO local e ASO são outras vertentes que podem ter tanta relevância quanto a SERP tradicional dependendo do segmento e público.
Por que, então, não usar a ferramenta para essas frentes?
Não ousamos resumir todas as especificidades de ASO (app store optimization) em um só artigo. Para alinhar expectativas, perguntamos ao próprio ChatGPT o que ele define como ASO e como fazer para a Apple Store. Essa foi a resposta:
Não usamos o ChatGPT para a criação de conteúdos e textos descritivos ou avaliativos de produtos. Aqui, prevalece o fator humano, deixando claro que qualquer análise prévia deve ser feita por pessoas — para pessoas. Mas é inegável que essa ferramenta, assim como outras de IA, pode otimizar o cotidiano da área.
Não chegamos nem perto de esgotar os usos da ferramenta de Inteligência Artificial na nossa área. Mas os prompts acima já permitem surfar em algumas possibilidades de auxílio do ChatGPT. Alguns dos prompts foram inspirados no conteúdo da Aleyda Solis, e adaptados e traduzidos ao português brasileiro.
Aliás, a profissional é uma das autoras de Newsletters de SEO que nosso time de especialistas acompanha. Confira outras!
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Excelente conteúdo. tirei vários insights, parabéns.
curti o avatar do Bazon no OpenAI
Ficou sensacional!
Conteúdo muito bem feito, parabéns...