A Loja do Tudo versus A Loja de Todos

Se você pensou Amazon contra Google, acertou na mosca e já deve ter uma ideia do que pretendo abordar neste artigo. 

Para aqueles que ainda não entenderam vou contextualizar:

Primeiro falando sobre a Loja do tudo, a Amazon e depois sobre a Loja de todos, o Google, mais especificamente o Google Shopping.

Para fechar vou dissertar sobre o embate do século XXI, Amazon contra Google e a luta pela supremacia do e-commerce mundial.

Uma luta de pesos pesados que faz a disputa do cinturão dos pesos pesados do UFC entre Brock Lesnar e Cain Velasquez parecer uma luta de pesos penas.

brock lesnar versus cain velasquez na pesagem para final do ufc 121
créditos da image: https://bleacherreport.com/

Amazon a loja do tudo

The store of everything é o título do livro que conta a trajetória da maior loja virtual do mundo (checar dado) e de seu fundador Jeff Bezos.

A tradução literal do nome do livro é a loja do tudo e ele conta como desde o início Jeff Bezos tinha a idealização de criar um e-commerce para vender praticamente de tudo.

Inicialmente a Amazon começou como um e-commerce de livros e em pouco tempo se tornou o maior do mundo, após travar e ganhar verdadeiras guerras com gigantes da indústria como Barnes & Noble, Toys r’ Us entre outros.

Aos poucos Bezos e seu S Team, equipe composta pelos melhores executivos da companhia, foram ganhando terreno em outros segmentos como calçados, brinquedos, eletrônicos, até chegar a imensidão de categorias existentes na loja hoje.

Entretanto, nem sempre Jeff e seu time de super executivos agiu de maneira ética para conquistar novos mercados.

O caso da Zappos foi um dos primeiros casos de “Death by Amazon”. Após uma tentativa frustrada de comprar o maior e-commerce de calçados da época, Bezos baixou os preços e ofereceu entrega no dia seguinte para todos os calçados à venda em sua loja.

Essa manobra custou milhões aos cofres da Amazon, mas fez a Zappos perder tanto market share que foi forçada a aceitar a proposta compra de Jeff Bezos.

Com o lançamento do marketplace os casos de “Death by Amazon” se espalharam igual à Covid-19, mas isso é tópico para um outro artigo.

Devido a essas e outras manobras a Amazon é conhecida hoje como a loja do tudo, uma vez que você encontra desde materiais de construção até os livros tradicionais.

Toda essa diversidade tem feito com que consumidores acessem direto a “plataforma” e procurem por produtos, bypassando um famoso entreposto.

Alguém disse Gooogle?

Google, a loja de todos

O buscador do Google por si  já é uma ferramenta indispensável para qualquer 

E-commerce. Afinal, 85% das compras online surgem  a partir de uma pesquisa em um buscador.

Com quase 98% de market share no Brasil … deu para entender, né?

Contudo, por loja de todos me refiro ao Google Shopping, que passou a ser gratuito novamente.

Para quem não conhece o Google Shopping é um serviço que permite a procura de produtos, comparação de preços e claro, a compra online.

Em 2002, quando foi lançado chamava-se  Froogle, depois em 2007 foi renomeado para Google Product Search e só em 2012 recebeu o atual nome.

Durante muitos anos era possível listar produtos gratuitamente em países como Estados Unidos e Inglaterra.

Quando chegou ao Brasil em 2012, o serviço já era pago e só era possível anunciar por meio do Google Ads e uma conta no Merchant Center.

No final de abril, foi anunciado que o serviço voltaria a ser gratuito. Qualquer comerciante com um e-commerce poderá listar seus produtos gratuitamente.

Para os anunciantes será um complemento para suas campanhas pagas, uma vez que, de acordo com o comunicado do próprio Google os resultados gratuitos terão prioridade nas listagens.

Resta saber se também terão destaque nas SERPs. Não é SEOs? 

Só para esclarecer temos as listagens no Google Shopping e os resultados do Google Shopping que aparecem na SERP.

resultados de pesquisa no google shopping para kettlebell
resultados de pesquisa para kettlebell no Google Shopping
resultado de pesquisa para kettlebell com google shopping em destaque a direita
resultados de pesquisa para kettlebell com destaque para google shopping

Outro ponto abordado no comunicado é que o serviço voltará a ser gratuito para ajudar comerciantes de lojas físicas que estão com as lojas fechadas. 

O objetivo é criar uma plataforma para que esses comerciantes voltem a vender. Inicialmente será lançado apenas nos EUA e até o final do ano globalmente.

É aqui que vejo pulo do gato. O Google não dá ponto sem nó, mesmo em tempos como este.

Na minha humilde opinião o gigante das buscas identificou uma oportunidade de contra-atacar.

Não entendeu?

Calma, vou explicar. 

Amazon vs. Google e a luta pela hegemonia do ecommerce

O comportamento de pesquisa por produtos está mudando e em países como Inglaterra e Estados Unidos é cada vez mais comum o consumidor ir direto à Amazon e buscar o que precisa direto na loja do tudo.

Esse fenômeno já é tão grande que existem agências de SEO especializadas em SEO para Amazon.

Sim, é possível otimizar as páginas de produtos para que elas ganhem mais visibilidade nos resultados de pesquisa da loja do tudo.

É claro, que estamos falando do marketplace da Amazon.

A parada é tão séria que em 2019, no BrightonSEO, teve um workshop de Amazon SEO. Vai vendo o tamanho do mercado.

Se os consumidores estão usando cada vez mais a Amazon para procurar produtos, quem está perdendo negócio e claro, grana?

Eu ouvi alguém dizer Google?

O gigante das buscas vem perdendo uma parcela significativa de buscas para Amazon.

Leitura recomendada: Amazon now Dominates Google in Product Search 

Vejam que loucura, Amazon virando um motor de busca de produtos e incomodando o Google.

Meu Deus, será que agora o SEO morre?

Claro que não, acabei de falar de SEO para Amazon.

Atento a tudo e a todos, o pessoal lá de Mountain View na Califórnia vem criando estratégias para retardar e até impedir que cada vez mais pessoas migrem para a concorrência.

Uma delas foi o recente ato de liberar o Google Shopping para todos comerciantes que possuam um e-commerce.

Com isso a variedade de produtos aumenta e ainda é possível procurar pela melhor oferta, transformando a plataforma no maior marketplace do mundo.

Anunciantes continuarão se beneficiando, mas o fato de ser gratuito e listar os produtos deixa tudo mais democrático e menos oneroso.

Democrático porque o ranking de produtos não será baseado apenas em valores de lances, os famosos bids, e menos oneroso porque não será necessário pagar as taxas que os marketplaces cobram. 

Alguém disse a Loja de Todos?

Sim, de todos, pois o gigante de Mountain View pensa em liberar isso para todos os países onde o Google Shopping funciona.

Imaginem uma maneira gratuita de anunciar todos os seus produtos em um plataforma que atualmente está batendo mais de 20 bilhões de pesquisas por dia, sim por dia.

Pois é, se você ainda está pensando em criar um e-commerce para vender seus produtos online, a hora é agora. 

Ainda estamos nos primeiros rounds do que promete ser uma luta que será decididas pelos juízes. 

Nós, os consumidores.

Quem você acha que leva o título dos pesos pesados do e-commerce mundial, Google ou Amazon?

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Sobre o Autor...

Felipe Bazon

Felipe Bazon

Felipe Bazon é CSO da Hedgehog Digital e um dos profissionais de SEO mais renomados do país com reconhecimento internacional. Em 2015 e 2020 foi eleito profissional do ano de SEO no Brasil. Além da vasta experiência operacional, é também orador regular em eventos como E-show, OME Expo, Des-Madrid, Digitalks, RD Summit e Brighton SEO.

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