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Como ser citado pelas IAs: entenda como os LLMs definem quais conteúdos referenciar

A busca pela primeira posição no Google evoluiu: agora, o desafio é entender como ser citado pelas IAs. Para isso, é essencial alinhar estratégias de SEO, autoridade de tópico e consistência digital, garantindo maior visibilidade nas respostas oferecidas por modelos como ChatGPT e Gemini.

Novembro de 2022: o mês em que o ChatGPT foi aberto ao público, mudando completamente a dinâmica de funcionamento dentro da internet. 

Quase 3 anos depois, falar sobre SEO para IA deixou de ser opcional e tornou-se prioridade entre os profissionais da área.

Há alguns anos, o santo graal do SEO era estar na 1ª posição da SERP (ou o mais perto disso possível). 

Depois, este posto passou para o resultado zero, também conhecido como Featured Snippet. Atualmente, já podemos dizer que o objetivo é saber como ser citado pelas IAs, seja no ChatGPT, no Google, Perplexity, Claude ou qualquer outra.

Em mais um episódio da série (infinita, diga-se de passagem) de “O SEO não morreu”, temos agora o SEO para LLMs (Large Language Models, modelos por meio dos quais o ChatGPT e outras IAs Generativas funcionam), que foi carinhosamente apelidado de LLMO (Large Language Model Optimisation).

Depois desta pequena viagem no tempo, chegamos a alguns questionamentos:

  • Como posicionar meu site no ChatGPT?
  • As técnicas de SEO “antigas” ainda funcionam?
  • Existe um algoritmo por trás das classificações das IAs Generativas que define quais sites serão referenciados?

No conteúdo de hoje, você não apenas entenderá o “como” isso funciona, mas também os “porquês” de pensar nisso em suas estratégias de SEO e estar pronto para assumir o protagonismo nas menções e respostas nesta nova realidade da internet.

Como as IAs definem qual conteúdo referenciar?

Antes de mais nada, é importante começar com um esclarecimento muito relevante sobre o tema: LLMs não “sabem” sobre os assuntos; eles apenas prevêem palavras com base naquilo que já viram.

As respostas trazidas, por vezes, são tão boas que parecem obra de uma inteligência ilimitada. Porém, a grande verdade é que cada resposta que o ChatGPT, Gemini, Perplexity ou qualquer outra ferramenta nos traz depende diretamente de sua base de treinamento.

Em vez de conferir fatos, o modelo apenas completa frases com base no que é mais comum em seus bancos de dados.

Simplificando, se você perguntar “quais são os melhores fast-foods de hambúrguer” e a maioria dos conteúdos devidamente otimizados na internet disser que é o McDonald’s, provavelmente esta será a resposta que eles trarão.

Existe um elemento importante nesta equação: o conceito de RAG (Retrieval-Augmented Generation). Os modelos de IA Generativa buscam informações em tempo real na internet e estruturam a resposta com base em alguns fatores, como:

  • Autoridade da fonte
  • Formato claro e bem estruturado
  • Sinais de recuperação (como backlinks, presença da marca e credibilidade)

Qualquer semelhança com uma boa estratégia de SEO não é mera coincidência. Afinal, como já falei por aqui em alguns conteúdos e também comento em palestras, eventos e conversas, o SEO tem como objetivo oferecer a melhor resposta ao usuário humano, tanto a nível de conteúdo quanto de experiência.

Seu papel, então, é o de estar entre as melhores respostas para o usuário, o que, no final das contas, é tão válido no SEO tradicional quanto no SEO para Inteligência Artificial.

Como ser citado pelas IAs?

Após aprender a parte conceitual, chegamos onde realmente importa: a prática que pode fazer seu site ser citado nas IAs Generativas.

Isso passa por um conjunto de estratégias de otimização e presença digital, que é o Generative Engine Optimization (GEO), uma expansão do SEO tradicional que tem como objetivo fazer não apenas com que o conteúdo apareça no Google, mas também nas respostas de ChatGPT, Perplexity, AI Overviews e por aí vai.

Aqui estão as estratégias:

  • SEO Fundamental a.k.a o básico do SEO bem feito
  • Entity SEO
  • Topical Authority
  • Information Gain Score (IGS)
  • Presença Online e Pegada Digital da Marca

Vou explorar cada um com detalhes para deixar tudo o mais claro possível.

Entity SEO + Topical Authority: domine as entidades do seu negócio

Muito da otimização tradicional de SEO mirava em palavras-chave. Hoje, o mais importante é fazer com que marcas, produtos e especialistas sejam transformados em entidades reconhecíveis pelo Google, o que agrega muito mais valor às buscas.

Sabe quando você pesquisa por um cantor (por exemplo, Serj Tankian) e na resposta aparece um “card” com várias informações, como biografia, fotos, discos, vídeos e afins? Isso acontece porque o Google já entendeu que “Serj Tankian” é uma entidade (no caso, uma pessoa).

O mesmo pode acontecer também com marcas, produtos e especialistas. Afinal, o Google e os modelos de inteligência artificial confiam mais neste tipo de resultado do que “apenas” em palavras-chave.

Parte dessa estratégia passa pela construção de Topical Authority, ou seja, autoridade de tópico. O Google e as IAs precisam entender que o seu site é uma autoridade dentro daquele tópico / entidade, atribuindo mais valor aos resultados trazidos por ele.

Ainda no exemplo do Serj Tankian, o site oficial do cantor seria um site com grande potencial de ser reconhecido como autoridade de tópico deste assunto, desde que estivesse devidamente otimizado, com densidade e qualidade de conteúdo autoral e com mais e melhores informações que a média.

Não é à toa que o Entity SEO é uma das tendências de SEO para 2025.

Information Gain Score (IGS) como diferencial para ser citado

Aqui, temos um gancho direto com o que falei no final do último subtítulo. O conceito de Information Gain Score (IGS) consiste em criar conteúdos que tragam informações melhores, mais completas e autorais do que fazem os concorrentes. Literalmente, é um conteúdo que traz ganho de informação.

Conteúdos que trazem novidades se destacam em meio ao oceano de informação que temos hoje. Isso faz com que eles sejam priorizados, já que proporcionam uma experiência mais agradável e completa aos leitores.

Para colocar isso em prática, recorra a estudos de caso, pesquisas próprias e opiniões de especialistas para fazer com que o seu conteúdo seja melhor do que os outros. Dá trabalho, eu sei, mas vale muito a pena.

Aqui cabe uma pincelada técnica: dados estruturados. FAQs bem formatadas, schema markup e JSON-LD ajudam a tornar um conteúdo ainda mais valioso, principalmente quando ele já foi construído de modo a entregar mais do que os competidores.

Contudo, a estruturação de dados é um dos pontos mais debatidos nas discussões sobre GEO e SEO, uma vez que é certo que as IAs não leem JS e os dados estruturados são uma forma JS. Entendeu? 

Digital PR e a construção de autoridade para o GEO

O Digital PR é um pilar estratégico do GEO, indo muito além de um mero complemento do Link Building, como a maioria das pessoas conhece. Isso não significa que o bom é velho LB perdeu o seu valor, mas sim que ganhou um grande aliado.

O Digital PR vai além de conquistar backlinks. Ele passa por outros pontos fundamentais para construir autoridade, como ter menções em portais de mídia, colaborações em sites terceiros e citações que reforçam a autoridade da marca em outros sites e veículos, mesmo que não sejam acompanhadas de um link direto.

O trabalho do Digital PR é mesclar iniciativas de relações públicas (PR) com a construção de bons backlinks. O produto desta multiplicação de forças é uma estratégia inteligente, que visa posicionar sua marca na cabeça do público (e na preferência das IAs) como uma verdadeira autoridade no assunto.

As IAs Generativas confiam em fontes que já são reconhecidas socialmente. Logo, ter sua marca citada em veículos confiáveis agrega a ela pontos muito importantes como fonte legítima para compor aquela resposta.

Continue aprendendo:

Consistência nas Informações

Por último, mas não menos importante, a lente de otimização para o GEO exige um olhar que vai além do próprio umbigo (neste caso, seu próprio site). É preciso ter consistência online em todas as plataformas possíveis para haver uníssono na mensagem transmitida.

Já deve ter acontecido com você a situação de procurar por um restaurante no Google. Ao ligar no número de telefone cadastrado no Perfil da Empresa, fala que o número não existe. Aí, você entra no Instagram do restaurante, tenta contato pelo número da bio e também não consegue. Por fim, acha sem querer o número atualizado em um post no feed.

Experiência péssima, não é? Para você sim e para o buscador também. Este é um exemplo de falta de consistência entre diferentes canais que desfavorece aquela marca em detrimento de outras melhor organizadas.

O exemplo falou sobre o número de telefone, mas isso também acontece com conteúdos, nomes, endereços e quaisquer outras informações.

Se o SEO for visto como uma forma de otimização apartada dos demais canais digitais, aquela marca sai muitos pontos atrás dos concorrentes que cuidam da consistência da informação como um todo. Tudo deve estar alinhado: site, Instagram, LinkedIn, WhatsApp, Facebook, Pinterest, YouTube, podcasts, iFood, Mercado Livre, Shopee, Amazon e outros.

Como monitorar conteúdos referenciados pelas IAs

Da estratégia aos resultados, estamos vivendo aquele momento “era tudo mato”. Em outras palavras, ainda há muitas incertezas, mas estamos conseguindo ver os resultados iniciais de nossas estratégias com auxílio de ferramentas como Ahrefs e Semrush.

Na Semrush é possível medir como as IAs estão referenciando nosso conteúdo por meio do relatório de AI Overviews.

A imagem acima apresenta um relatório da Semrush mostrando como identificar palavras-chave e domínios que aparecem em respostas de IAs generativas por meio do recurso AI Overview.

Já o Ahrefs traz uma visão mais ampla com menções nas principais e a quantidade de páginas referenciadas, uma espécie de páginas indexadas pelas indexadas. Se é o conceito de indexação se aplica às IAs.

Na imagem, temos uma visão geral de citações em diferentes IAs (Google AI Overview, ChatGPT, Perplexity, Gemini e Copilot), além de métricas de backlinks, tráfego orgânico e palavras-chave.

SEO para ChatGPT e IAs Generativas: um desdobramento do bom SEO

Se você já tem conhecimento sobre SEO, deve ter percebido que as práticas citadas acima não se diferenciam das melhores práticas do mercado. E isso não é por acaso.

Quando o objetivo é entregar a melhor experiência possível ao usuário, o resultado é a priorização por parte do Google e também das IAs Generativas.

A prova disso é o ABC Framework do Google, informações divulgadas em um processo de justiça que mostram como o Google classifica os resultados. Apresentou-se uma fórmula, mas os elementos que a constituem estão em linha com as melhores práticas já conhecidas de SEO.

No fim, colocar o usuário no centro da criação e da otimização de conteúdo é o que te beneficiará em termos de LLMO, GEO, SEO e outras siglas que pudermos adicionar aqui.

Quem já aplica isso há algum tempo pode estar colhendo os frutos agora. Quem ainda não faz, tem tempo para implementar, mas a cada dia que passa, o oceano torna-se menos azul e mais vermelho.

Se você quer a Hedgehog como sua agência de SEO, saiba que terá ao seu lado profissionais que vivem SEO e implementam técnicas validadas e comprovadas. 

Afinal, por mais que os algoritmos se atualizem, o core da excelência da otimização segue sendo o foco no usuário.

Felipe Bazon

Felipe Bazon é CSO da Hedgehog Digital e um dos profissionais de SEO mais renomados do país com reconhecimento internacional. Em 2015 e 2020 foi eleito profissional do ano de SEO no Brasil. Além da vasta experiência operacional, é também orador regular em eventos como E-show, OME Expo, Des-Madrid, Digitalks, RD Summit e Brighton SEO.

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