Imagine que você está pesquisando um novo notebook para comprar. No lugar de abrir dezenas de abas, comparar preços em marketplaces e buscar vídeos no YouTube, você recorre ao Google Shopping ou ao ChatGPT Shopping e pergunta: “Qual o melhor notebook custo-benefício até R$5.000?”
A resposta não vem em forma de uma lista aleatória, mas como uma recomendação articulada, justificada e com contexto, como se fosse feita por um especialista.
Isso já está acontecendo, e a batalha por quem domina essa nova forma de aparecer nas buscas começou.
De um lado, temos o Google Shopping com AI Mode, integrando sua vasta infraestrutura de dados com inteligência artificial generativa, outra novidade da gigante de buscas depois da criação dos AI Overviews.
Do outro lado, o ChatGPT Shopping, uma novidade poderosa da OpenAI que promete transformar o modelo de consumo via chat em uma experiência orientada por decisões automatizadas.
A guerra agora não é apenas por quem aparece primeiro, mas por quem consegue ser escolhido pela IA como fonte confiável e relevante.
O que está em jogo não é só visibilidade, é autoridade algorítmica. Para marcas, e-commerces e profissionais de SEO, isso redefine as regras do jogo.
Brodie Clark, Independent SEO Consultant & Organic Growth Advisor na Brodie Clark Consulting, compartilhou um conteúdo em seu blog comparando as duas ferramentas e eu decidi trazer para você também, colocando aqui meus pitacos nesta nova disputa digital.
A OpenAI deu um passo ousado ao introduzir o ChatGPT Shopping, uma funcionalidade que transforma o chatbot mais usado do mundo em um concierge de compras baseado em IA. Mas para entender o impacto, é preciso ir além da interface: é nos bastidores que está a verdadeira revolução.
Segundo a documentação técnica da OpenAI, o sistema utiliza RAG (Retrieval-Augmented Generation), um modelo que combina geração de linguagem com recuperação de informações em tempo real.
Ao invés de depender apenas de um modelo treinado previamente, o ChatGPT consulta fontes externas e confiáveis para montar uma resposta que mistura contexto atual, opinião qualificada e variedade de opções.
E mais: há um foco explícito na qualidade editorial das fontes. A IA prioriza conteúdos frescos, úteis e confiáveis, que tragam ganho de informação real – uma conexão direta com o conceito de Information Gain Score (IGS), que já discutimos como um dos pilares da nova era do SEO.
Isso significa que, para ter visibilidade dentro das respostas do ChatGPT Shopping, não basta estar online. É preciso ser citado com profundidade, com diferencial, com valor.
A IA da OpenAI busca o que é mais útil, não necessariamente o que é mais “otimizado para os crawlers” – e essa nuance muda tudo.
Enquanto o ChatGPT Shopping aposta em uma experiência conversacional fluida e integrada ao comportamento do usuário, o Google joga pesado com sua maior vantagem competitiva: estrutura de dados, indexação e reputação editorial.
Com o AI Mode no Google Shopping, a gigante das buscas avança para uma era de vitrines inteligentes: aquelas que não só mostram produtos, mas explicam por que eles estão ali.
O funcionamento é simples na superfície, mas profundo em estratégia. O usuário pesquisa por “melhores fones com cancelamento de ruído”, e em vez de um carrossel genérico de produtos, recebe uma seleção curada com base em reviews de sites confiáveis.
As recomendações podem ser acompanhadas de uma justificativa editorial, como “melhor custo-benefício” ou “som premium por menos de R$ 500”, por exemplo. É como se o Google assumisse um papel de um consultor de compras.
Essa curadoria com informações contextuais é possível graças ao Google Shopping Graph, um sistema que estrutura dados de produtos, reviews, especificações e entidades reconhecidas para entregar resultados mais relevantes.
Isso se conecta com 3 pontos que defendo muito e, inclusive, estão norteando nossas estratégias de SEO para a era das IAs aqui na Hedgehog Digital:
Você pode conferir o vídeo sobre Entity SEO apertando play abaixo:
E-Commerces que já dominam essas estratégias saem na frente da concorrência. Isso eleva o nível da jornada do usuário e exige que as marcas passem a competir não só por presença, mas por relevância fundamentada.
A experiência é contínua: ao clicar em um produto, o usuário acessa um painel de conhecimento completo, com ficha técnica, reviews agregados, comparativos e outros dados estruturados.
A mensagem é clara: quem não entrega dados ricos, consistentes e validados por terceiros confiáveis, perde espaço, mesmo que esteja pagando pelo clique.
No passado, conquistar uma posição de destaque no Google ou gerar tráfego orgânico dependia, basicamente, de boas práticas de SEO técnico, backlinks e um conteúdo “otimizado”. Hoje, com a ascensão dos motores generativos, essa lógica evolui muito.
A IA não está mais só facilitando buscas. Ela está tomando decisões pelo usuário. E o que determina se um conteúdo, produto ou marca será apresentado? Três pilares: contexto, confiança e relevância.
É aqui que entra o Information Gain Score (IGS). O que antes era uma métrica usada em algoritmos para selecionar conteúdos com “novas informações” hoje passa por um upgrade e torna-se um filtro de qualidade para recomendações feitas por IA.
A inteligência artificial não quer saber apenas o que é popular ou mais clicado. Ela quer entregar algo que vá além do que já foi dito, que traga insights reais, dados comparativos, profundidade.
Isso muda o papel do conteúdo. Afinal, não basta mais responder a uma dúvida: é preciso ser a melhor resposta.
Isso vale tanto para um artigo sobre “qual notebook comprar” quanto para a descrição de um produto em um e-commerce. Em um mundo onde a IA recomenda com base em quem entrega mais, o superficial não sobrevive.
Apesar de operarem com tecnologias distintas e oferecerem experiências de compra diferentes, tanto o ChatGPT Shopping quanto o Google AI Mode compartilham algo fundamental: ambos são alimentados por conteúdos confiáveis, bem estruturados e informacionalmente ricos.
A guerra pode ser de interfaces, mas as armas são as mesmas: dados, relevância e contexto.
Aqui vão cinco otimizações que funcionam para os dois ambientes:
A documentação da OpenAI com foco no ChatGPT Shopping traz mais detalhes sobre o que é considerado para que um resultado seja selecionado.
Critério | ChatGPT Shopping | Google Shopping com AI Mode |
---|---|---|
Modelo de IA | GPT-4 com RAG (busca + geração) | Search Generative Experience + Shopping Graph |
Fonte dos dados de produto | Feeds de parceiros e páginas de produto | Merchant Center, Shopping Graph e web index |
Ranqueamento | Contextual e orientado por preferências do usuário. Sem influência de anúncios. | Curadoria baseada em E-E-A-T, autoridade editorial e dados técnicos. Pode integrar orgânico e pago. |
Uso de schema.org | Product, Offer, Review e AggregateRating são usados se bem estruturados nos sites | Essencial para montar painéis, justificar recomendações e cruzar com Knowledge Graph |
Tipos de conteúdo priorizados | Páginas de produto bem estruturadas + avaliações agregadas | Reviews técnicos, análises comparativas, páginas de produto, fóruns, vídeos e guias especializados |
Referência a fontes externas | Usa conteúdo de terceiros selecionado (reviews, plataformas parceiras) | Usa toda a web indexada, incluindo sites de conteúdo, YouTube, Google Reviews |
Abrangência da curadoria | Limitada a fontes conectadas por feed ou rastreadas pelo OAI-SearchBot | Global, ampla e dinâmica com crawling contínuo e integração entre produtos, lojas e conteúdo |
Atualização dos dados | Embora a OpenAI mencione que os resultados são alimentados por feeds, não há confirmação pública sobre a frequência da atualização desses dados. Pode haver latência relevante dependendo da fonte intermediária (ex: Bing, Shopify etc.). | Atualização contínua e automática |
Forma de entrega da resposta | Resposta explicativa, sintética e personalizada, com foco em experiência conversacional | Resposta com painel detalhado, ficha técnica, reviews e comparativos. Explica por que o produto aparece |
Ponto forte em SEO | Dados estruturados e consistência entre canais são decisivos. Prioriza qualidade técnica da ficha de produto. | Topical Authority, Entity SEO e Information Gain são críticos. O conteúdo editorial pesa mais |
Foco em Information Gain (IGS) | Sintetiza insights com base em avaliações e atributos comparativos | Oferece visão 360° com novos dados, comparações, prós/contras e conteúdo referenciado |
Sinais de confiança considerados | Reviews verificadas, consistência entre canais, experiência do cliente | Reviews, autoridade de domínio, backlinks, reputação da fonte, presença editorial |
Aparição em portais terceiros influencia? | Sim, especialmente se for review técnico de alta qualidade e aparecer em feeds parceiros | Sim, fortemente. Presença em portais especializados aumenta chance de recomendação e visibilidade |
Dependência de SEO técnico tradicional | Alta (para feeds, schema, rastreabilidade via OAI-SearchBot) | Alta também, mas combinada com SEO editorial, conteúdo útil e autoridade semântica |
Personalização da jornada | Conversa adaptável: usuário pode pedir novas sugestões e filtrar com comandos naturais | Jornada contínua no Google: do carrossel ao painel completo, com múltiplos dados estruturados |
Possibilidade de destaque sem pagar | Sim. Não há anúncios. A OpenAI indica que tudo é baseado em qualidade e dados dos feeds. | Sim, mas concorrência com anúncios existe; destaque depende da combinação entre SEO técnico e autoridade |
Experiência geral para o usuário | Curadoria personalizada e dinâmica em linguagem natural | Panorama completo e detalhado, com fonte referenciada e justificação da escolha |
Como você pode ver, ambas as plataformas valorizam páginas bem construídas, estruturadas, embora o Google Shopping aparentemente dê mais ênfase ao conteúdo editorial — o que não significa que ele é ignorado pelo ChatGPT, mas que o algoritmo da IA da OpenAI prioriza outros fatores primeiro.
O Google AI Mode continua fiel à essência do Google: estrutura, dados e integridade técnica; mas com uma camada nova: a da curadoria argumentativa.
Especificamente por já conhecermos mais sobre o Knowledge Graph e o funcionamento do algoritmo do Google, inclusive os fatores de ranqueamento do Google Shopping e o SEO para Google Shopping, temos mais segurança em apontar caminhos.
Aqui estão os pontos críticos para ser exibido (e defendido) no AI Mode:
A chegada dessas duas experiências não marca apenas uma evolução nas interfaces. Marca uma mudança de paradigma na maneira como marcas precisam pensar conteúdo, SEO e posicionamento digital.
O SEO técnico segue relevante, claro. Mas agora ele precisa caminhar lado a lado com:
Para times de produto, marketing e conteúdo, isso representa um realinhamento estratégico. Não estamos mais criando páginas para cliques. Estamos construindo argumentos para a IA nos escolher.
Quem entender isso primeiro vai liderar a próxima geração de performance – aquela onde os cliques são consequência de uma citação feita pela máquina mais influente do mundo.
Em suma, Entity SEO, Topical Authority e Information são essenciais para sobreviver na nova era das buscas com IA.
Esse tema foi abordado em minha palestra sobre Topical Authority na Era do Entity SEO no SEO Conference Portugal, e você pode conferir os slides abaixo:
A disputa por atenção digital deu lugar a uma disputa ainda mais sofisticada: a de influência algorítmica. O que antes era uma corrida por impressões agora é uma corrida por citações.
Porém, perceba que o grande KPI não mudou: conversão. Felizmente agora, temos mais um canal para aproveitar – mas quem não estiver ligado vai ficar para trás nesta corrida.
O Google AI Mode e o ChatGPT Shopping não estão perguntando quem quer aparecer. Eles estão escolhendo quem merece ser exibido.
Essa escolha é feita com base em critérios que ultrapassam o SEO tradicional. Agora, vale mais quem entrega contexto, autoridade e novidade. Quem pensa em conteúdo como ativo estratégico, não como enfeite para ranqueamento.
A sua marca está preparada para ser a melhor resposta? Está pronta para ser citada pela inteligência artificial que guia as decisões de milhões de usuários todos os dias?
Porque o que está em jogo não é apenas tráfego. É reputação, confiança e, no fim das contas, venda baseada em validação algorítmica.Como digo aqui na Hedgehog Digital: não basta aparecer, tem que ser escolhido. Se você quer contar com a nossa agência especializada em SEO para isso, será um prazer te conduzir nesta nova jornada do ChatGPT Shopping e do Google Shopping para otimizar seus resultados.
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