Recentemente publiquei um artigo sobre o Google AI Mode, mas como tudo que envolve IA, tivemos uma atualização rápida que é game changer para quem tem ou trabalha com e-commerces: recomendações inteligentes e personalizadas no Google Shopping.
Imagine procurar um fone de ouvido e, ao invés de rolar por uma lista interminável de produtos parecidos, você recebe uma curadoria inteligente baseada em referências de sites confiáveis, opiniões de especialistas e comparativos reais.
Tudo isso feito por uma IA que não só entende o que você está buscando, mas também justifica cada recomendação com base em artigos e análises de terceiros.
Bem-vindo ao AI Mode do Google Shopping, um passo claro em direção à personalização contextual de alta precisão nas buscas de produto.
Foi exatamente isso que Brodie Clark, Independent SEO Consultant & Organic Growth Advisor na Brodie Clark Consulting, compartilhou em um post no LinkedIn, comparando sua experiência com o ChatGPT Shopping e destacando como o Google entrou pesado no jogo com sua própria solução baseada em inteligência artificial.
Imagens via publicação no LinkedIn de Brodie Clark.
A diferença?
Enquanto o ChatGPT responde com sugestões variadas e cada nova busca são sugeridos novos produtos de forma aleatória e sem dar sequência na jornada de busca.
O Google alia consistência, contexto, estrutura para entregar recomendações com muito mais profundidade e claro, uma jornada de busca sequencial que auxilia o usuário na tomada de decisão.
A partir da publicação do Brodie, dá para ver que o Google não só ativou um novo recurso de IA para compras, como está transformando completamente a forma como os produtos são apresentados.
O que antes era uma vitrine genérica, agora é uma experiência orientada por dados, avaliações e justificativas transparentes para cada sugestão, e isso muda completamente as regras para quem vende – e para quem otimiza produtos para buscadores.
Ao analisar os prints, o que mais chama atenção é a maneira como o AI Mode apresenta as recomendações.
No exemplo usado, a busca por fones de ouvido com cancelamento de ruído, a IA do Google sugere modelos como o Sennheiser Accentum Plus, Sony ULT Wear e Anker Soundcore Space One, todos acompanhados de imagens, preços e avaliações.
Mas o verdadeiro diferencial está nos bastidores da recomendação: cada produto é acompanhado de uma justificativa baseada em fontes confiáveis. À direita da tela, o usuário vê exatamente porque aquele modelo está sendo sugerido.
E não é achismo, são referências diretas a artigos publicados por veículos como CNET e RTINGS (no exemplo citado), explicando os critérios que embasam a escolha, como “melhor custo-benefício” ou “qualidade sonora superior por menos de 100 dólares”.
Outro elemento importante revelado nas imagens é a consistência da experiência: ao clicar em um link de produto, o usuário é levado a uma página estilo “painel de conhecimento” (Knowledge Panel).
É nesta página em que ele encontra a ficha técnica, enriquecida com reviews em destaque, análise de recursos (como bateria, equalização, codecs e latência) e até um resumo das avaliações dos consumidores.
Não estamos falando apenas de mostrar produtos, mas de contextualizar a recomendação.
A IA do Google não apenas responde, ela argumenta, mostrando de onde vem sua escolha. Essa combinação entre AI, dados estruturados e fontes externas confiáveis dá ao consumidor muito mais segurança na hora de decidir.
Leia também: O que é o Knowledge Graph do Google e como ele pode melhorar seu SEO
O que estamos vendo aqui vai muito além de uma nova camada de usabilidade.
Essa experiência de compras no AI Mode representa uma verdadeira virada no papel do Google dentro do funil de decisão – especialmente quando o buscador começa a atuar como um curador ativo, não apenas como intermediário.
A IA não apenas sugere, ela justifica. E isso muda tudo.
O destaque para citações específicas ao lado das recomendações (como os reviews da CNET e RTINGS) mostra que o Google agora quer deixar claro por que aquele produto está sendo exibido e com base em quem.
Essa lógica de “referência editorial” funciona como um novo nível de confiabilidade. O buscador, que antes apenas indexava conteúdos, agora apresenta escolhas baseadas em uma espécie de “repertório editorial confiável”.
Isso nos leva a uma leitura estratégica: o Google está fundindo o que seria uma busca transacional com uma busca informacional.
Em vez de o usuário precisar abrir várias abas para comparar prós e contras, a IA já entrega essas informações juntas – specs, opiniões e contexto. O usuário não navega mais; ele interage com uma linha narrativa de decisão de compra construída para ele.
Este é o tipo de movimentação que sinaliza o futuro das buscas: uma experiência híbrida entre search engine, review engine e assistente pessoal de compras.
Um modelo onde apenas estar no feed não basta. O que conta é ser referenciado com relevância e confiabilidade.
As imagens deixam claro que estar no AI Mode não significa só aparecer, significa ser selecionado com base em critérios transparentes e justificáveis.
Isso coloca um novo tipo de pressão no trabalho de SEO e de performance em e-commerce: como garantir que seu produto seja a escolha da IA?
Ao contrário dos tradicionais carrosséis ou grids do Google Shopping, que exibem uma lista extensa de produtos baseada em lances, filtros e atributos, o AI Mode atua como uma vitrine reduzida e curada.
A exibição acontece com base em diferenciais explícitos, muitas vezes amparados por conteúdos publicados em portais de review, como os que aparecem nas citações laterais.
Esse ponto é muito importante: os produtos recomendados pelo AI Mode não aparecem “do nada”. Eles são ancorados em conteúdos que validam sua presença ali.
Isso muda a lógica de visibilidade, que deixa de ser uma disputa apenas por dados de feed bem preenchidos ou lances em CPC e passa a ser uma disputa por relevância referenciada.
Além disso, ao abrir os links que aparecem no modo AI, o usuário é levado para um painel completo (como vimos no print do Sennheiser Accentum Plus), onde tudo está integrado.
É possível ver imagens em alta, variações de cor, principais características, comentários de especialistas, user reviews e comparações com modelos similares. Este é um novo tipo de “landing page dinâmica” do próprio Google.
Ou seja: a nova vitrine é do Google e quem quiser aparecer nela precisa ser escolhido, não só encontrado.
Se antes o foco era simplesmente garantir que seu produto aparecesse entre os resultados do Google Shopping, agora o desafio é outro: como ser citado como referência confiável dentro de uma resposta de IA?
O AI Mode mostrou que o Google está buscando mais do que dados – ele está buscando contexto validado. Isso traz um novo significado para práticas como dados estruturados, feed de produto completo e conteúdos de apoio.
Sob a ótica técnica e estratégica, o que eu acredito que fará a diferença no SEO para Google Shopping neste novo modelo é o seguinte:
Para que seu produto seja considerado “recomendável” pela IA do Google, ele precisa estar munido de dados claros, organizados e atualizados.
Dados estruturados como Product, Review, AggregateRating e Offer são fundamentais para que a IA compreenda rapidamente os diferenciais do item e possa, inclusive, mostrá-lo dentro de painéis ricos como vimos nos prints.
Os produtos destacados vinham com links para artigos da CNET e RTINGS, reforçando que conteúdos de terceiros que mencionam sua marca ou produto estão sendo usados como base para a decisão da IA.
Isso nos leva direto ao universo do Information Gain Score (IGS), a ideia de que o conteúdo só se destaca se trouxer informação nova, útil e confiável. É o Link Building e o Digital PR ganhando a relevância que eu sempre defendo.
A jornada não termina no clique. Na verdade, ela começa no momento em que a IA entende que aquele produto merece ser recomendado.
Isso exige mais do que um bom SEO técnico – exige uma experiência de busca que ajude o usuário a tomar uma decisão, como as páginas do painel do Google já estão oferecendo.
Informações comparativas, insights de reviews, ficha técnica legível: tudo isso é SXO (Search Experience Optimisation) em prática real.
Se pensarmos bem, isso tudo também conversa com práticas que já discutimos no contexto de AEO (Answer Engine Optimisation): seu produto precisa ser a melhor resposta possível para uma dúvida de compra.
A diferença? Agora, a pergunta é feita para uma IA – e a resposta, se tudo der certo, é o seu produto.
Diante dessa mudança, a pergunta natural é: o que você pode – e deve – fazer agora?
Aqui vai uma visão prática para quem lidera estratégia digital ou gerencia presença de produtos em marketplaces e buscadores:
Embora o foco aqui seja o Google, o próprio autor do post destaca que o lançamento do AI Mode aconteceu apenas dias depois do ChatGPT Shopping ser anunciado.
Coincidência? Difícil. O que estamos vendo é uma corrida real pela liderança na interface conversacional do consumo.
Enquanto o ChatGPT ainda está em fase de testes e com menos integração a feeds ricos, o Google já sai com vantagem pela sua infraestrutura, como o uso do GMC Next (Google Merchant Center Next) e a conexão direta com o ecossistema de dados estruturados.
Mas o alerta está dado: a guerra da curadoria por IA começou. E isso significa que quem ainda pensa em SEO apenas como tráfego vai perder a parte mais valiosa da equação: a recomendação automatizada.
Essa nova funcionalidade do AI Mode no Google Shopping não é um detalhe. É um marco.
Como vimos nas imagens: recomendações baseadas em contexto real, painéis com insights acionáveis, citações confiáveis que justificam escolhas e uma experiência de compra que não é mais uma lista, é uma conversa guiada por inteligência artificial.
A IA está assumindo o papel de curador e o critério dela é bem direto: relevância, confiabilidade e contexto. Quem entrega esses pilares, entra. Quem não entrega, desaparece, mesmo com bons títulos ou feeds completos.
Se você é CMO, líder de marketing ou profissional de SEO, a pergunta que precisa se fazer agora é: sua marca está preparada para ser a resposta?
Afinal, a próxima vitrine não é mais um grid de produtos: é um painel inteligente – e só vai aparecer quem for bom o suficiente para ser citado.
A Hedgehog Digital é a agência especializada em SEO que pode te ajudar a desbravar esses novos mares, já que estamos ligados às novidades direto da fonte, seja o AI Mode do Google Shopping ou o que estiver por vir – e quem sai na frente veleja com o oceano mais azul à sua espera.
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